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RPG

Final Fantasy V

(Final Fantasy V, 1992)
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Sua nota

Críticas

Cineplayers

Aventura na palma da sua mão.

7,0

Acredite ou não, mas Final Fantasy um dia já foi sobre castelos, magias e cristais. O tempo passou e, mais de 20 anos depois, a série mudou e uma de suas versões menos conhecida chega aos dispositivos móveis, tentando encontrar em uma nova geração o mesmo reconhecimento que teve outrora.

Final Fantasy V foi totalmente localizado para o nosso português, em um belo esforço que a Square-Enix vem fazendo para agradar o público brasileiro, mas o alto preço da versão nacional talvez sabote os planos de vendas – e espero que essas novas versões localizadas não sirvam como um termômetro para uma possível versão em português de Final Fantasy XV por causa disso.

Mas dá para entender o pensamento da empresa, afinal, praticamente todo mundo do planeta tem um celular hoje. Como disputar com uma base instalada dessa magnitude? O que não dá para entender é o porquê desses relançamentos não serem adaptados para as lojas virtuais de outros consoles como a Live, a PSN ou a rede da Nintendo. Eu compraria todos. De novo. Enfim.

HISTÓRIA

O enredo é o mesmo daquele hoje longínquo 1992: o Rei Tycoon, preocupado com o vento do mundo que parou, decide visitar o santuário onde o Cristal do Vento está para ver o que houve. Depois que o pai some, a princesa Lenna vai atrás dele para tentar descobrir o seu paradeiro. É quando esbarra com Bartz, um aventureiro que acaba embarcando em sua aventura. No caminho, eles conhecem também Galuf, um velho que está com amnésia, e Faris, uma pirata que tem muito mais a ver com um personagem do grupo do que sabemos à primeira vista. Juntos, eles formam o clássico grupo de Guerreiros da Luz, característica clássica da série que infelizmente foi deixada de lado com o tempo.

Tudo aquilo de mais clássico está presente: um vilão que quer acabar com o mundo, os cristais que dão balanceamento ao planeta, o espírito de aventura inocente, os personagens que amadurecem com o desenrolar dos fatos, os famosos Jobs, que definem as habilidades que eles poderão usar, as belas canções e etc. Final Fantasy V pode não ser um dos irmãos mais famosos, mas não deixa de ser completo e bacana por isso. É um jogo eficiente até hoje, diferente e que merece ser jogado.

A versão para dispositivos móveis traz gráficos atualizados: os sprites mais definidos e de cores mais vibrantes não tem o mesmo charme dos sprites clássicos da versão de Snes, mas talvez seja só um velho saudosista reclamão com saudades de sua infância falando; eles são bonitos e cumprem bem o papel ao ilustrar a aventura de maneira satisfatória. No campo, a visão foi preservada e nos faz lembrar do porquê sentimos falta de um World Map nos jogos mais recentes da franquia: a liberdade é algo maravilhoso e você optar para onde está afim de ir é insubstituível. O que me incomodou nesse quesito foi a diferença absurda entre a arte do sprite do jogo com a do personagem que fica ao lado das falas. Em muitas vezes eles simplesmente não tem nada a ver um com o outro. O som me pareceu muito limitado também.

CONTROLES

Agora, o que mais incomoda é o óbvio controle mal adaptado. Com o dedo em tela, você desliza para onde quer ir e um pad virtual aparece para você direcioná-lo. Só que ele não é preciso, e por várias vezes fiquei preso em um lugar. Em certo momento, não consegui subir uma simples escada, pois ficava passando em frente a ela e não conseguia trocar de direção com eficiência. Triste fiquei quando tentei subir por uma delas e entrei em uma batalha aleatória. Ok. Pacientemente lutei e, quando saí, tentei subir a escada novamente. Continuei sambando mais do que a Globeleza em frente a ela até que, vejam só, entrei em mais uma batalha aleatória! Haja saco e verdade seja dita: não sinto a menor saudade disso nos jogos atuais.

Nos combates, porém, o touch surpreende e ajuda demais na agilidade das ações, onde você rapidamente estará adaptado ao sistema clássico de ATB da série. Os monstros não irão esperar você se decidir para atacá-lo não. Tudo vai acontecendo em tempo real e se der mole, vai tomar game over mesmo, sem o menor choro. Se não salvou então, pode chamar a ambulância, pois não há pena de jogador descuidado não. Salve sempre, sempre e sempre. E de novo. Não diga que não avisamos.

A exploração é necessária e o Gil (moeda financeira clássica da franquia) servirá para coisas cotidianas como dormir no Inn, comprar armas e equipamentos. Nota mental do nerd clássico: adoro entrar em uma nova cidade e ir procurar mais informações com os moradores e só sigo em frente quando consigo comprar todo o upgrade de meus itens nas lojas locais. Sim, é um toc muito divertido.

A tela do game preserva ícones da bateria do tablet e a hora atual, o que é bacana para não ver o seu jogo ser desligado por falta de energia ou a hora passar mais do que deveria – e nesses jogos passa mesmo. O menu é acessado através de um ícone fixo que fica no canto superior direito da tela, mas as duas barras que ficam nas extremidades superiores e inferiores do jogo incomodam, principalmente em uma época onde os consoles de mesa tem sido infestados por elas.

No fim, é claro que ter um jogo que foi poucas vezes disponível fora da língua japonesa (sua primeira versão oficial em inglês chegou ao PS1 apenas em 99, sete anos após o lançamento do game no Japão) é uma oportunidade bacana para quem até hoje não conseguiu usufruir de Final Fantasy V. Vale dizer que ele é um dos melhores e menos conhecidos jogos da série e vale a conferida até hoje, se houver a oportunidade. Não é tão badalado quanto o VI e nem tem a mesma classe do IV, mas a variedade do V faz com que ele seja obrigatório para qualquer fã de JRPG clássico de videogame.

Ps: Testado em um iPad Air e funcionou perfeitamente.

Ps2: Esqueça o Final Fantasy que você conheceu anos atrás. A série tomou outros rumos tentando se adaptar às novas gerações. Se você quer um FF clássico, ou jogue novamente os antigos ou tente uma nova franquia da Square-Enix chamada Bravely Default, que só não é Final Fantasy no nome. O resto está todo lá, inclusive o plot inicial da história, que é idêntico ao daqui.

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